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Mostra Bacae Dança Experience celebra a criação autoral e a diversidade em palco

A 2ª edição do Ponto de Cultura Bacae apresenta coreografias autorais que exploram diferentes formas de amor, com inclusão e acessibilidade, no Teatro do Centro Cultural UFG, em Goiânia

Por: Mateus dos Santos

Mostra Bacae Dança Experience

No dia 2 de outubro de 2025, às 20h, no Teatro do Centro Cultural UFG, o público pode prestigiar a Mostra Bacae Dança Experience, realizada pelo Grupo Bacae Dança dentro do projeto Ponto de Cultura Bacae – 2ª edição. Com entrada gratuita via Sympla, a noite revelou a potência criativa de jovens intérpretes-criadores que exploram a dança contemporânea como espaço de experimentação, sensibilidade e liberdade artística. Cada apresentação buscou transformar o palco em um ambiente de descoberta, no qual o público se aproxima da intimidade das escolhas e da estética de cada criador, ao mesmo tempo em que se deixa envolver pelo conjunto da obra. A mostra reafirma a relevância de projetos culturais que incentivam a criação autoral e fortalecem a cena artística goiana.

Sob a motivação e direção de Ingrid Costa e João Paulo Amorim, os integrantes do grupo assumem o protagonismo da criação, desenvolvendo obras que dialogam diretamente com suas próprias experiências de vida, referências culturais e escolhas estéticas. Cada artista foi responsável por definir trilha sonora, figurino e tempo de execução, compondo assim um mosaico de linguagens, cores e movimentos que se entrelaçam em uma narrativa coletiva. Essa autonomia de criação permite que o espetáculo seja um reflexo verdadeiro do universo interno de cada intérprete, ao mesmo tempo em que reforça a potência do coletivo e a beleza das diferenças que se somam na composição final.

O fio condutor das obras é o amor em suas múltiplas formas: presente, ausente, interno, incondicional. A partir dessa temática, a dança se torna veículo para explorar sentimentos complexos e experiências humanas universais, traduzindo-os em gestos, ritmos e interações entre os corpos em cena. Para compreender melhor esse processo criativo e os desafios de conduzir um grupo tão diverso, entrevistamos Ingrid Costa, que além de assinar a direção, integra o elenco e compartilha sua visão sobre como transformar vivências pessoais em uma narrativa cênica envolvente. Essa conversa revela os bastidores da criação e o que o público pode esperar ao assistir à mostra, tornando a experiência ainda mais rica e significativa.

 

bacaeFotos: Assessoria/Divulgação

 

Entrevista

Mateus dos Santos: O que significa para o Instituto Bacae realizar a 2ª edição do Ponto de Cultura e apresentar a Mostra Bacae Dança Experience?

Ingrid Costa: O projeto Ponto de Cultura Bacae - 2ª Edição foi pensado em 3 metas, exigidas pela Política Nacional de Cultura Viva. Na Meta 1, promove a formação e a educação cultural através de oficinas e palestras, incluindo dança contemporânea, escrita criativa, acessibilidade em jogos e bem viver. Como contrapartida, oferece palestra sobre produção cultural voltada a estudantes de dança de instituições públicas. Na Meta 2, são propostas duas mostras artísticas: uma de jogos independentes de mulheres goianas e a Mostra Bacae Dança Experience. Para a Meta 3, o projeto investe em assessoria de comunicação, material gráfico, acessibilidade e registros audiovisuais para divulgação. O objetivo principal do projeto é dar continuidade e fortalecer as atividades culturais e artísticas do Instituto Bacae em Goiânia-GO e Região Metropolitana, ampliando a visibilidade e reconhecimento da instituição no cenário artístico e cultural brasileiro. A Mostra Bacae Dança Experience faz parte de uma das principais vertentes do instituto, que é o Grupo Bacae Dança, e é o resultado de uma oportunidade que a direção ofereceu aos integrantes do grupo de realizar um trabalho de criação em dança, contribuindo com a formação de artistas nesta área.

Mateus dos Santos: Como foi o processo de criação autoral dos integrantes do grupo, trazendo suas próprias vivências para o palco?

Ingrid Costa:A proposta foi que cada integrante pudesse trazer suas próprias temáticas, pensando em toda a composição, desde a movimentação, figurino, trilha sonora e até mesmo sugerir iluminação, tudo isso orientado pela minha direção e também do João Paulo Amorim, que co-dirige o grupo comigo.
Então, ao longo do ano de 2025, em nossos encontros regulares, os integrantes traziam suas ideias e nós, enquanto diretores, fizemos as “costuras” das coreografias, organizando a sequencia e a transição entre elas.

Mateus dos Santos: A mostra fala sobre diferentes formas de amor. De que maneira essa temática se conecta ao público e à proposta do grupo?



Ingrid Costa: A medida que as coreografias eram criadas, percebemos que elas tinha um elemento em comum: o amor. Uma sobre um amor que se foi, outra sobre um amor que está presente mas distante, amor pelo filho, autoamor, amor à ancestralidade. Sem querer, criamos um espetáculo que vai se conectar de forma muito afetuosa com o público, pois todas as pessoas precisam e vivem o amor!

Mateus dos Santos: O evento destaca a democratização do acesso à dança. Como vocês pensam a acessibilidade e a inclusão dentro deste projeto?


Ingrid Costa: Primeiramente, temos no elenco da Mostra, dois integrantes com necessidades específicas: uma pessoa PcD e uma com obesidade, ambas com mobilidade reduzida, que precisam de apoio de acessibilidade. É um privilégio pro Bacae Dança oferecer oportunidade artística para pessoas que, numa visão pré-conceituosa, não teriam condições de dançar. É também um aprendizado para todo mundo do grupo, que precisa ter um olhar mais acolhedor e atento às necessidades destes integrantes.
Outro ponto importante é que, desde a escrita do projeto, pensamos no espaço do CCUFG para apresentar a Mostra, pois já possui diversos recursos de acessibilidade, tanto arquitetônica quanto de sinalização, além de possuir equipe prestativa e acolhedora.
A produção do projeto também está orientada a oferecer acessibilidade atitudinal ao público, desde o receptivo, durante a apresentação até a saída do público, se atentando às possíveis necessidades de público PcD.

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Na entrevista, Ingrid Costa, diretora e integrante do Grupo Bacae Dança, destaca a importância da 2ª edição do Ponto de Cultura Bacae como ferramenta de formação, criação e visibilidade artística. Ela explica que a Mostra Bacae Dança Experience é fruto de um processo autoral em que cada integrante trouxe suas próprias vivências, escolhendo movimento, figurino, trilha sonora e até iluminação, sempre com orientação da direção. O resultado é um espetáculo que explora diferentes formas de amor — presente, ausente, autoamor e ancestralidade — e que se conecta de maneira afetiva com o público. Ingrid também ressalta o compromisso do grupo com a acessibilidade e inclusão, integrando artistas com mobilidade reduzida e garantindo que o espaço do Teatro do CCUFG ofereça condições adequadas para todos, reforçando o caráter democrático do projeto.

 

📅 02 de outubro de 2025 – 20h
📍 Teatro do Centro Cultural UFG – Goiânia
🎟️ Ingressos gratuitos via Sympla (🔗 linktr.ee/bacae)
🟩 Classificação Livre


O público está convidado a vivenciar essa experiência de dança contemporânea, cheia de sensibilidade, criatividade e diversidade, e a se conectar com a potência do trabalho coletivo do Grupo Bacae Dança, em uma noite que promete emocionar e inspirar.

 

 

 

 

 

 

Mateus dos Santos Alves

Mateus dos Santos é estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás e estagiário de comunicação no Centro Cultural UFG. Atua com produção de conteúdo e cobertura jornalística de eventos culturais.

Categorias: CCUFG Teatro CCUFG Dança Dança inclusiva