
EMAC-UFG celebra 70 anos com os Festivais Unificados no Centro Cultural UFG
Programação reúne concertos, masterclasses, palestras e shows gratuitos, destacando tradição, inovação e o talento de artistas consagrados e novos músicos.
Por: Mateus dos Santos
A Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (EMAC-UFG) celebra sete décadas de história e contribuição para a arte e a cultura brasileira com a realização dos Festivais Unificados da EMAC-UFG 2025, que acontecem ao longo do mês de outubro em diferentes espaços de Goiânia, com destaque para o Centro Cultural UFG. Sob o mote “Música UFG 70 anos”, o evento reúne professores, estudantes, egressos e convidados em uma programação que reafirma o papel da EMAC como um dos mais importantes polos de formação artística e difusão musical do país.
A programação contempla apresentações, concertos, palestras, oficinas e mostras que evidenciam a diversidade de linguagens que compõem a escola — da música popular à erudita, da performance à pesquisa, da tradição à experimentação contemporânea. Entre os destaques desta edição está o concerto de abertura com a Orquestra Cajuzinhos do Cerrado, projeto do Instituto Bacae que simboliza o compromisso da EMAC com a formação artística e com a democratização do acesso à música.
O Centro Cultural UFG assume papel central nesta edição dos festivais, tornando-se o principal palco das comemorações pelos 70 anos da Escola de Música e Artes Cênicas. Serão mais de 12 apresentações distribuídas entre concertos, espetáculos e performances que traduzem a amplitude e a vitalidade da produção artística da universidade. Símbolo de resistência e fomento cultural, o CCUFG reafirma-se como espaço de encontro entre a arte e o conhecimento, entre a criação e o público. Ao acolher as ações dos Festivais Unificados, o Centro Cultural fortalece seu compromisso com a difusão das artes e com a missão da UFG de tornar a cultura acessível, plural e transformadora.
Em entrevista ao nosso portal, a vice-diretora da EMAC-UFG, professora Flávia Cruvinel, falou sobre o significado dos Festivais Unificados e o papel da escola na preservação da memória e na formação de novas gerações de artistas.
ENTREVISTA
Mateus dos Santos: Qual é a proposta dos Festivais Unificados da EMAC e como essa iniciativa fortalece a formação artística e cultural dentro da universidade e junto à comunidade?
Flávia Cruvinel: Os Festivais Unificados da EMAC-UFG é composto pelo 48º Festival Internacional de Música Belkiss S. Carneiro de Mendonça, o 5º Festival de Música Popular Jarbas Cavendish e o X Simpósio Internacional de Música na Amazônia. São eventos que trazem na sua programação, que é gratuita e acessível, concertos, shows, masterclasses, apresentações públicas, palestras, oficinas, painéis, entre outros formatos. Os festivais são momentos de trocas e muito aprendizados, promovendo a música em suas variadas vertentes formativas e são esperados anualmente pela comunidade de musicistas e público em geral como parte do calendário de atividades artísticas da UFG e da cidade.
Mateus dos Santos: Quais espetáculos o público poderá assistir nesta edição do festival e quais são os principais destaques da programação?
Flávia Cruvinel: São mais de 70 ações durante 20 dias de festivais. Destacamos o concerto de abertura que reunirá os coros de graduação dos cursos matutino e noturno sob a regência dos professores Vanessa Bertolini e Adriano Contó, o recital 100 anos de violão brasileiro por Gustavo Costa (USP), Concerto de flauta doce com Valeria Bittar (UDESC), 02 Concertos com obras Estércio Marquez Cunha, ARTE EN DÚO com Zeidy Bornacelli García (voz) y Yamira Rodríguez Núñez (piano), Universidad del Atlántico de Colombia e Concerto Orquestra Filarmônica de Goiás sob a regência da Maestra Mariana Menezes, Spok e Face Quarteto com os renomados Victor Angeleas, Larissa Umaytá, Márcio Marinho, Bruno Rejan e Tocantins em Concerto: Orquestra Viva Música, Doriva, Lucimar, Braguinha Barroso e Juraildes da Cruz com Doriva, Lucimar, Braguinha Barroso e Juraildes da Cruz e direção artística Bruno Barreto (UFT). Um ponto alto do festival acontecerá no Música no Bosque em parceria com Prefeitura de Goiânia com o show Regional do Caetano, em comemoração aos 40 anos de carreira de Rogério Caetano. O projeto Regional do Caetano estreia nos palcos prestando uma homenagem ao lendário Regional do Canhoto, grupo fundamental na história do choro e da música brasileira. A proposta é revisitar essa sonoridade com liberdade criativa e afeto, estabelecendo pontes entre a tradição e os caminhos contemporâneos da música instrumental. Liderado pelo premiado violonista Rogério Caetano, referência no violão de 7 cordas, o grupo é formado por músicos de excelência: Ana Rabello (cavaquinho), Luis Barcelos (bandolim) e Magno Silva (percussão). No repertório, composições autorais de Rogério Caetano se entrelaçam com clássicos da música brasileira eternizados pelo Regional do Canhoto. Termos aindq mesa e recitais com a obra de Estércio Marquez Cunha e palestras e masterclass com a pianista Glacy Antunes de Oliveira e o maestro Norton Morozowicz.
Mateus dos Santos: Quais os principais impactos esperados do festival para a cena cultural goiana e para a própria comunidade acadêmica da UFG?
Flávia Cruvinel: Os impactos são inúmeros , não somente neste momento, mas ao longo do tempo. O 48o Festival Internacional de Música Belkiss S. Carneiro de Mendonça é um dos mais antiga do país no gênero de música de concerto e influencia na formação dos futuros musicistas por meio do contato com profissionais de referência na nossa área. Igualmente o 5o Festival de Música Popular Jarbas Cavendish , apesar de ser recente, já contribui de forma significativa na formação dos músicos de Goiás e do centro oeste brasileiro. O curso de música popular recém criado é o primeiro do centro-oeste e já traz contribuições significativas para o campo de produção musical brasileiro : ofertamos o primeiro curso superior de Acordeon no país , tendo uma ambientação e abordagens diversas, com a presença de variados instrumentos , grupos, gêneros e estilos musicais que encontramos no curso e no festival.
Mateus dos Santos: De que maneira o festival contribui para ampliar o diálogo entre tradição, contemporaneidade e inovação nas artes, reforçando o papel da EMAC como polo de referência nacional?
Flávia Cruvinel: Creio que na trajetória dos 70 anos do curso de música, criado no antigo Conservatório Goiano de Música , atual curso de música da EMAC -UFG observo que a instituição trabalha em dois polos : a tradição, conservando o legado acumulado ao longo do tempo pela cultura musical ocidental e a inovação, sempre trazendo ou criando o novo. Este ano trazemos como mote dos festivais “Música UFG 70 anos”, em comemoração à criação do Conservatório Goiano de Música, em 1956, com vistas a valorização e a recuperação da memória institucional; mas também trazemos mesas e palestras sobre a Inteligência Artificial aplicada à música, música para games e shows com novos músicos, apostando na apresentação de novos artistas discentes que já possuem carreira profissional.
ANÁLISE E ATRAÇÕES
A entrevista com a professora Flávia Cruvinel, diretora da EMAC-UFG, revela a dimensão e o propósito dos Festivais Unificados, que extrapolam a ideia de um evento comemorativo e se consolidam como uma ação formativa e integradora dentro da universidade. Ao destacar o caráter gratuito, acessível e plural da programação, Flávia reforça a vocação da EMAC em articular ensino, pesquisa e extensão por meio da arte. Sua fala evidencia também o compromisso institucional em valorizar a memória dos 70 anos da escola, ao mesmo tempo em que aposta na inovação e na abertura para novas linguagens musicais, incluindo temas como inteligência artificial e música para games.
No CCUFG, a programação reflete a diversidade e a amplitude artística que a EMAC-UFG propõe celebrar. Entre masterclasses, concertos, simpósios e painéis, o espaço se transforma em um verdadeiro laboratório de criação e troca de saberes, reunindo artistas consagrados e novos talentos em diálogo. A presença de nomes como Carlos Gontijo, Carlos Costa, Patrick Viglioni e Sonia Ray, ao lado de grupos como Cajuzinhos do Cerrado e Quinteto VentoCerrado, reafirma o papel do Centro Cultural como ponto de convergência entre a formação acadêmica e o fazer artístico profissional.
A programação também se destaca pelo equilíbrio entre tradição e contemporaneidade — eixo que perpassa toda a proposta dos festivais. De um lado, obras de Estércio Marquez Cunha e apresentações de música de câmara reafirmam o legado da música erudita brasileira; de outro, o show de Spok e Face Quarteto, o Concerto Tocantins em Concerto e o projeto Movimento Grave, de Sonia Ray, trazem a energia da música popular e da experimentação sonora contemporânea. No palco do Centro Cultural UFG, essas expressões se encontram e revelam a potência criativa que faz da EMAC-UFG um verdadeiro polo de arte e conhecimento. O público é convidado a participar dessa celebração que une gerações, linguagens e sonoridades, em uma programação gratuita e aberta a todos os amantes da música e das artes.
Programação — Festivais Unificados da EMAC-UFG 2025
Centro Cultural UFG
📅 08 de outubro
Concerto – Cajuzinhos do Cerrado
🕗20h
📍Centro Cultural UFG
📅 09 de outubro
Masterclass – Carlos Gontijo (Saxofone)
🕑 14h às 17h
📍 Centro Cultural UFG
Concerto – Carlos Gontijo (Saxofone)
🎹 Carlos Costa (piano e regência)
🕗 20h
📍 Centro Cultural UFG
📅 10 de outubro
Masterclass – Carlos Gontijo (Saxofone)
🕑 14h às 17h
📍 Centro Cultural UFG
📅 13 de outubro
Concerto – Obras de Estércio Marquez Cunha
🕗 20h
📍 Centro Cultural UFG
📅 14 de outubro
Concerto – Daiid Castelo (Flautas)
🕗 20h
📍 Centro Cultural UFG
📅 15 de outubro
Concerto – Patrick Viglioni (Clarineta)
Carlos Costa (piano)
Quinteto VentoCerrado
🕗 20h
📍 Centro Cultural UFG
📅 16 de outubro
Concerto – Coro do Festival
Regência: Bruno Costa (SP)
🕗 20h
📍 Centro Cultural UFG
📅 17 de outubro
Simpósio Internacional de Música na Amazônia – Comunicações (Etnomusicologia)
🕘 9h às 12h
📍 Sala Multiuso – Centro Cultural UFG
Painel SBME
Álvaro Borges (UNESPAR), Anselmo Guerra (UFG), Felipe Ribeiro (UNESPAR)
🕓 14h
📍 Centro Cultural UFG
Concerto – Música Eletroacústica
🕔 17h
📍 Centro Cultural UFG
Abertura: De/Re:Generação
🕖 19h
📍 Centro Cultural UFG
📅 20 de outubro
Concerto – Grupo Prehistoric
🕣 20h30
📍 Centro Cultural UFG
📅 21 de outubro
Tocantins em Concerto – Orquestra Viva Música
Direção Artística: Bruno Barreto (UFT)
Doriva, Lucimar, Braguinha Barroso e Juraildes da Cruz
🕣 20h30
📍 Centro Cultural UFG
📅 22 de outubro
Concerto – Movimento Grave (Sonia Ray)
20h
📍 Centro Cultural UFG
📅 23 de outubro
Show – Spok e Face Quarteto
Victor Angeleas, Larissa Umaytá, Márcio Marinho e Bruno Rejan
🕗 20h
📍 Centro Cultural UFG
Quinteto VentoCerrado
📍 Centro Cultural UFG
Mateus dos Santos é estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás e estagiário de comunicação no Centro Cultural UFG. Atua com produção de conteúdo e cobertura jornalística de eventos culturais.
Categorias: Emac CCUFG Teatro CCUFG EMAC/UFG Festival